quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Por que temos diferentes tipos sanguíneos?

Os diferentes tipos sanguíneos humanos provavelmente surgiram para afastar as doenças infecciosas. A incompatibilidade de alguns tipos de sangue, no entanto, é apenas um “acidente” da evolução. Mas esse é um problema relativamente recente, já que a transfusão de sangue existe a apenas algumas centenas de anos.

Existem quatro tipos sanguíneos principais. O mais antigo é o B, que deve ter se originado há cerca de 3,5 milhões de anos – existia antes mesmo de a espécie humana ter evoluído de seus ancestrais hominídeos, a partir de uma mutação genética que modificou um dos açúcares que ficam na superfície das células vermelhas do sangue.

Aproximadamente 2,5 milhões de anos atrás, mutações inativaram o açúcar, originando o sangue do tipo O, que não tem nem o açúcar do tipo A nem do B. O sangue AB, como é fácil supor, é coberto tanto pelo açúcar A como pelo B.

Esses açúcares fazem com que alguns tipos de sangue sejam incompatíveis entre si. Se for feita uma transfusão de sangue com um doador de sangue do tipo A para uma pessoa com o tipo B, o sistema imunológico do receptor reconheceria o invasor e começaria um ataque – essa reação imunológica poderia matar o indivíduo.

O sangue do tipo O negativo é conhecido como o “doador universal” porque não tem as moléculas que podem provocar essa reação (o “negativo” significa que ele não tem outro tipo de molécula na superfície, conhecida como o fator Rh).

A principal causa evolucionária dos variados grupos sanguíneos parece ser as doenças. Por exemplo, a malária parece ser a principal força seletiva por trás do tipo O. Esse tipo sanguíneo é mais prevalente na África do que em outras partes do mundo, e se acredita que esse sangue carrega algum tipo de vantagem evolutiva.

A vantagem parece surgir no sentido de que as células infectadas com malária não aderem bem aos tipos sanguíneos O ou B. Células sanguíneas infectadas com malária são mais propensas a ficar nas células com o açúcar A, formando aglomerados conhecidos como “rosetas”, que podem ser fatais quando se originam em órgãos vitais, como o cérebro.

Por outro lado, as pessoas com sangue tipo O podem ser mais propensas a outras doenças. Por exemplo, essas pessoas são conhecidas por serem mais suscetíveis a serem atingidas pela bactéria Helicobacter pylori, que provoca úlceras.

Entretanto, os cientistas ainda não sabem se algum tipo de doença em específico provocou os diferentes tipos de sangue dos humanos.

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