domingo, 30 de outubro de 2011

A catástrofe do Pérmico

O conceito de que grandes fragmentos – cometas e asteroides – teriam caído ao longo da história da Terra não é novo, porém, demorou a impor-se junto da comunidade científica e, estranhamente, junto da comunidade geológica. Só em meados da década de 60 do século passado, com a preparação do programa americano e soviético para a exploração lunar, foram estabelecidos critérios físicos e mineralógicos que permitiram identificar um número de grandes estruturas circulares como crateras de impacto, algumas com dimensões quilométricas. A verificação da existência de fragmentos de meteoritos ou, na maior parte dos casos, de assinaturas mineralógicas e geoquímicas tornou-se um critério definitivo para demonstrar que, ao longo da sua história, a Terra tinha sido atingida por projéteis cósmicos com dimensões que variavam de algumas centenas de metros até alguns quilômetros. O estudo da Lua, dos planetas siliciosos e dos satélites dos planetas gigantes corroborou esta ideia e a observação, em Julho de 1994, da colisão de 21 fragmentos, destroços do cometa Shoemaker-Levy 9, sobre o planeta Júpiter, mostrou-nos como as superfícies planetárias podem a qualquer tempo ser atingidas por corpos extraterrestres de grande massa.
Trilobites: grupo de animais marinhos extintos no final do Pérmico, há 25 milhões de anos.

Mais difícil de aceitar, pelos geocientistas tradicionais e em particular pelos paleontólogos, é que alguns destes megaimpactos tenham sido responsáveis por extinções em massa de espécies de fauna e flora ao longo da história da Terra, embora quatro extinções deste tipo – respectivamente há 365, 210, 65 e 36 milhões anos – coincidam com assinaturas e fortes evidências de colisões de cometas ou asteróides com a superfície terrestre. Será que a maior de todas as extinções - a do final do Pérmico, há 250 milhões de anos, que vitimou quase toda a vida existente na altura - também se deveu à queda de um corpo cósmico sobre a Terra ?Ao longo da história da Terra há períodos em que as espécies animais e vegetais desaparecem subitamente e outros períodos longos em se desenvolvem e proliferam. Provavelmente, o pior período, o Armagedom mais devastador, ocorreu no fim do Pérmico, há aproximadamente 250 milhões de anos. Cerca de 90% de todas as espécies extinguiram-se durante este período terrível, incluindo, em terra, os répteis mamilianos.

A segunda maior extinção em massa – e a mais falada – é a famosa extinção do Cretáceo, há 65 milhões de anos, na qual todos os dinossauros e muitas outras espécies, na terra e no mar, foram varridos completa e instantanemente, tanto quanto se pode inferir do registo fóssil. Neste acontecimento do Cretácico é provável que se tenham extinguido 50% de todas as espécies, não tantas como no Pérmico, sendo de qualquer forma uma tragédia global terrível.

Os estudiosos têm acumulado provas de que a cátastrofe do Cretácico foi causada quando um grande asteróide ou cometa com 10 quilómetros de diâmetro atingiu o nosso planeta no local a que hoje chamamos península de Iucatão, no golfo do México. Poucas dúvidas restam quanto a este acontecimento, porém, quanto à extinção do fim do Pérmico a causa permanece uma incógnita.
Distribuição dos continentes no final do Pérmico

Nos últimos tempos várias equipas de geólogos e paleontólogos tem estudado com detalhe o que poderia ter acontecido há 250 milhões de anos e as hipóteses e os artigos não param de surgir nas revistas da especialidade.

Antes desta extinção, os mares da Terra estavam cheios de formas de vida fantásticas, desde os primeiros peixes até estranhos moluscos. As trilobites, que se encontravam por todo o lado, desapareceram definitivamente. E a extinção foi súbita, de acordo com vários trabalhos realizados em formações rochosas do final do Pérmico, na África do Sul, pelo paleontólogo Douglas Erwin e sua equipa do Museu Nacional de História Natural da Smithsonian Institution, em Washington.

Existem várias teorias sobre o que causou esta extinção, incluindo o impacto de um asteróide, como o que se pensa ter morto os dinossauros, há 65 milhões de anos. Outras possíveis explicações passam por uma actividade vulcânica maciça, a nível global, ou os efeitos da radiação emitida pela explosão de uma supernova.Nos útimos tempos, vários artigos publicados em revistas da especialidade apresentaram evidências da existência dum enriquecimento anormal de hélio-3 (um isótopo frequente nos meteoritos e na nébula solar) em moléculas de carbono chamadas fullerenos, que foram colhidas em rochas de diferentes locais do final do Pérmico. Esta descoberta química sugere que um impacto cósmico tenha ocorrido sobre a Terra, há precisamente 250 milhões de anos, e tenha levado a uma brusca mudança ambiental que causou a extinção de quase toda a vida que existia naquele tempo. Os sobreviventes deram origem às linhagens que encontramos na era seguinte, o Mesozóico – o tempo dos grandes répteis. Porém há uma grande dificuldade em aceitar esta teoria. A admitir o cenário de um grande impacto de um asteróide ou cometa com a Terra, onde se encontra a cratera, que deveria ter uma dimensão superior a 300 km de diâmetro ?

É bem possível que o impacto se tenha dado em fundo oceânico, acelerando os efeitos ambientais que atingiram a biosfera. Com efeito, os oceanos ocupam 75% da superfície da Terra e uma grande quantidade de impactos cósmicos atingem os mares, deixando marcas que ainda não foram devidamente identificadas ou que podem estar mascaradas pelo vulcanismo subsequente aos maiores impacto em crusta oceânica, um pouco à semelhança do que se passa aqui ao lado, no nosso satélite natural.

Outras descobertas geoquímicas e mineralogógicas são tentadoras para aceitar que os fins do Pérmico se deveram a um violento impacto cósmico que ocorreu naquela altura. O impacto gerou vulcanismo subsequente, um factor que acelerou o desequilíbrio ambiental e biosférico, levando ao desapareciemnto de 90% das espécies existentes. Segundo os cálculos apresentados pelos estudiosos a dimensão do corpo impactor seria da ordem dos 15 a 60 Km de diâmetro, conforme se tratasse de um cometa ou asteróide e provocaria uma cratera que poderia atingir os 1200 Km de diâmetro.
Impacto e ou vulcanismo: ainda não é conhecida a causa da extinção em massa de há 250 milhões de anos. 

O assunto está ainda longe de uma unanimidade.

No último número da GEOLOGY, uma revista mensal da Geological Society of America, um artigo assinado por vários cientistas apresenta evidências isotópicas encontradas em rochas do final do Pérmico que mostram que os teores dos isótopos de ósmio, um elemento muito raro nas rochas terrestres e frequente nos meteoritos, são mais compatíveis com assinaturas terrestres do que cósmicas. Assim, como nos salientou o cosmoquímico Christian Koeberl, da Universidade de Viena, “uma causa endógena e bem terrestre para a extinção do final do Pérmico é a hipótese mais provável”. Longe de resolvida, a catástrofe de há 250 milhões de anos merecerá da nossa parte um constante acompanhamento.

Via Portal do Astrônomo 

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

7 bilhões de pessoas no mundo - 31 de outubro de 2011

Até 2045, a estimativa é atingir 9 bilhões de humanos na Terra
Edição 130 - População mundial: já somos 7 bilhões - Ruas de Calcutá lotadas
Índia Com as ruas lotadas de vendedores, pedestres e táxis, Ambassador, Kolkata (Calcutá) pulsa com cerca de 16 milhões de habitantes - e todos os dias chega mais gente vinda de vilarejos rurais. Em 1975, apenas três cidades do mundo tinham mais de 10 milhões de moradores. Hoje existem 21 dessas megacidades, a maioria nos países em desenvolvimento, onde as áreas urbanas absorvem parcela cada vez maior da população mundial.

A população mundial atingirá a marca de 7 bilhões na segunda-feira (31), segundo o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA). E o número tende a crescer de forma acelerada: os habitantes do planeta aumentam ao ritmo de cerca de 80 milhões de pessoas por ano. Demógrafos da ONU estimam que haja 9 bilhões de humanos na Terra até 2045.

Por um lado, o marco populacional indica melhora na expectativa de vida e significa que as pessoas têm adotado modo de viver mais saudável em relação às gerações anteriores. Ou seja, as pessoas estão vivendo mais e melhor. Mas, por outro lado, o número contrasta com os problemas estruturais que a Terra enfrenta. Lençóis freáticos cedem, solos erodem cada vez mais, geleiras derretem com o aquecimento global e os estoques de pesca estão prestes a se esgotar. Além disso, passam fome diariamente quase 1 bilhão de pessoas.

China e Índia são, atualmente, os países mais populosos do mundo. De acordo com as projeções da Divisão de População do Departamento de Economia e Assuntos Sociais das Nações Unidas, em 2025, a Índia terá superado, com 1,46 bilhão de pessoas, a China, com 1,39 bilhão. A partir deste ano, a nação chinesa teria declínio populacional para 1,3 bilhão em 2050. Já a Índia continuaria a crescer e atingiria, em 2060, 1,7 bilhão antes de começar a declinar.

Segundo o Relatório sobre a Situação da População Mundial 2011, da UNFPA, divulgado nesta quarta (26), pessoas com menos de 25 anos constituem 43% da população mundial. O documento aponta que “a solução para os problemas mais urgentes podem ser encontrados na juventude”.
por Marcela Puccia BrazFonte: National Geographic Brasil Online

Apresento minha cuzca vira-latas

Aos leitores de meu blog, tenho o prazer de apresentar-lhes uma cadelinha que peguei na adoção.
A Preta vai ser a alegria de minha casa de agora em diante.
Adote um bicho de rua e cuide bem dele e tu jamais vai se arrepender.

Celebridades gravam depoimentos para campanha que critica novo Código Florestal

Relatório do senador Luiz Henrique da Silveira está em discussão no Senado

Depois da apresentação realizada pelo relator Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC) em duas comissões do Senado na terça-feira, o relatório do Código Florestal está aberto para os senadores acrescentarem emendas até o dia 1º de novembro. A previsão é de que a votação nas comissões de Agricultura e Ciência e Tecnologia seja realizada no dia 8 de novembro. Mas, além do debate no Senado, o texto do novo Código Florestal entrou na pauta também de brasileiros comuns graças a uma campanha na internet conduzida por celebridades como o cineasta Fernando Meirelles e a modelo gaúcha Gisele Bündchen.

Os famosos pedem que a sociedade se mobilize para impedir que a legislação entre em vigor da maneira como foi aprovada na Câmara dos Deputados, em contraponto à defesa do projeto apresentada por entidades ligadas ao agronegócio.

Confira o vídeo: Tem mais no SITE
Gisele Bündchen, modelo

Entre no site Floresta faz a diferença, informe-se e participe.
A natureza faz toda diferença SIM!!!

Os brinquedos perigosos das crianças de antigamente

Veja exemplos do que não dar de presente a seu filho. Ou coisas com as quais seu pai se divertiu no passado.
Quando encontramos peças muito pequenas que se soltam ou tinta tóxica, em brinquedos é um verdadeiro escândalo na mídia. Logo a fabricante faz recall, sofre processos e corrige os erros. Mas nem sempre foi assim. No passado, alguns brinquedos eram verdadeiras armas. O site Cracked fez uma lista dos mais perigosos:

Soprar vidro
Aparentemente era divertido soprar um tubo de vidro fundido até que ele tomasse forma. Para os jovens americanos de 50 anos atrás era útil ter essa habilidade para que fizessem seus próprios tubos usados nas aulas de química. Mesmo assim, a brincadeira do Gilbert Glass Blowing é um tanto perigosa para ser feita por pessoas sem treinamento, á que o vidro deve ser muito aquecido para chegar ao ponto maleável.

Editora Globo
Moldar chumbo
A mesma empresa que dava vidro quente para crianças moldarem com a boca, tem o Gilbert Kaster Kit, um equipamento para fazer soldados e armas de chumbo. Se o vidro precisa ficar muito quente para fundir, imagine o chumbo. Segundo o site Cracked, o brinquedo foi comercializado entre os anos 1920 e 1930. 
Editora Globo

Locomotiva de verdade
Só em 1843 a empresa Stevens criou o primeiro trem que se movia sozinho. Mas nada de pilhas nessa época. O combustível era querosene ou álcool que deveria ser acendido e deixava um rastro pelo chão.
Editora Globo
Ferramentas de verdade
O Powermite Working Tools é uma caixa de ferramentas para crianças, mas os objetos não são de plástico ou borracha. É tudo de metal mesmo, só o tamanho é menor, afinal, as crianças são menores. Furadeira e serra podem ser usadas normalmente.
Editora Globo
Fogão e ferro de passar Outra vez, nada de plástico. O fogãozinho, da década de 1930, esquenta de verdade, só deveria ser difícil cozinhar alguma coisa de verdade. O ferro elétrico em miniatura é perfeito para passar roupinhas de boneca, a propaganda diz que as meninas poderão ajudar a mãe com as tarefas de casa.
Editora Globo
Química 
O jogo de química da Gilbert, a mesma empresa do vidro e chumbo fundidos, poderia ser mais um educativo comum, mas continha 56 produtos químicos. Alguns deles bem perigosos. O permanganato de potássio, além de tóxico, pode provocar explosões, por exemplo. O kit vinha até com instruções para fazer uma bomba. O brinquedo fez sucesso na década de 1920, mas acabou entrando em declínio nos anos 60.
Editora Globo

Arma
A Autstin Magic Pistol, lançada nos anos 50, conta com a ajuda de produtos químicos que, em combinação com água – ou saliva – , provocam uma explosão e lança a bola para seu oponente, quer dizer, amiguinho. Veja:
Editora Globo
Laboratório de Energia Atômica
O pior ficou para o final. Na década de 1950, a energia nuclear era bem vista pela maioria das pessoas, mas nada justifica dar urânio radioativo como presente de natal. O kit, feito pelo Clube Americano de Ciência Básica, continha urânio e rádio, ambos radioativos.

Editora Globo

Lixo espacial: projeto americano prevê reciclagem de satélites

 Durante os meses de setembro e outubro, o Apolo11 noticiou duas reentradas de lixo espacial que chamaram a atenção, mais pelo tamanho das peças do que pelas consequências. Agora, a agência de projetos de defesa dos EUA apresentou finalmente um plano que tentará reciclar esse material antes que apresente risco ou seja destruído na atmosfera.
 Batizado de Phoenix, o projeto permitirá a reciclagem do material que está atualmente em órbita e que segundo a DARPA (Projetos de Pesquisa Avançados de Defesa, dos EUA) está avaliado em cerca de 300 bilhões de dólares.

O maior problema em fazer isso hoje em dia é que o custo para se interceptar um satélite em órbita é muito elevado, o que exigirá o desenvolvimento de novas tecnologias robóticas. No entender de David Barnhart, gerente do programa Phoenix, serão necessárias novas tecnologias de imagens remotas e criação de ferramentas automáticas especiais, capazes de prender, cortar e modificar sistemas complexos em pleno espaço.

“Os satélites que estão em órbita não foram projetados levando em consideração a reciclagem. Não é uma questão de apenas soltar um parafuso ou desconectar um painel. As juntas são moldadas ou soldadas, o que exige tecnologias que ainda não dispomos, mas que será o objetivo do Phoenix", explicou o pesquisador.
  
O objetivo inicial do Phoenix são os satélites geoestacionários, que orbitam a Terra a 36 mil quilômetros de altitude. Quando encerram sua vida útil, muitos desses equipamentos são colocados em uma órbita conhecida como "cemitério", onde podem permanecer por milhares de anos antes de reentrarem na atmosfera.


No entanto, muitas peças - especialmente as antenas - podem sobreviver por muito mais tempo que a vida útil do satélite e são essas peças que deverão ser inicialmente recicladas. Existem centenas de satélites nessas condições, esperando que um dia possam ceder material que será usado novamente.
  
Lixos e Reentradas
Dos 40 objetos que deverão reentrar na atmosfera nos próximos 60 dias, 13 são fragmentos restantes da colisão entre o satélite americano Iridium 33 e o russo Cosmos 2251, ocorrida em fevereiro de 2009 em pleno espaço. A maior parte do lixo é composta de restos de foguetes propulsores que foram usados para colocar objetos em órbita e que agora estão retornando à Terra.
Desde o início do ano, 273 satélites ou restos espaciais já retornaram à Terra, o que dá uma média de um objeto por dia rompendo nossa atmosfera. Desses, 15 eram satélites e 66 consistiam de fragmentos da colisão entre os satélites Iridium 33 e Cosmos 2251. Por ano, cerca de 80 toneladas de material espacial retornam à Terra.

A próxima reentrada que deverá ocorrer é a do foguete chinês Longa Marcha CZ-3B R/B, prevista para acontecer em 30 de outubro. A queda desse artefato pode ser acompanhada pelo aplicativo SATVIEW, que permite o rastreio de inúmeros satélites no espaço.
Para seguir este e satélite e prever se poderão ser vistos a partir de sua cidade, use o SATVIEW

Aurora boreal é flagrada no sul dos EUA e surpreende especialistas

Fenômeno não era visto na região há muitos anos, disse cientista da Nasa

Um fotógrafo americano caçador de tormentas capturou imagens de uma aurora boreal formada no céu do Arkansas, no sul dos Estados Unidos, ainda na noite de segunda-feira, mas as fotos foram divulgadas somente na terça.

Moradores de Kentucky e da Geórgia também relataram suas observações do espetáculo celeste a estações de televisão na terça-feira. Além disso, uma câmera automatizada da Nasa capturou 20 minutos do fenômeno em tons vermelho e verde na cidade de Huntsville, Alabama.

— São acontecimentos muito raros. Não vemos esse fenômeno na região sul há muitos anos — surpreendeu-se o cientista da Nasa, Bill Cooke.

Diretores do Centro de Prognóstico de Clima Espacial também disseram que não esperavam o alcance do fenômeno até o Sul. O centro monitora as tempestades solares, as quais detonam as auroras boreais.

— O clímax da intensidade ocorreu quando estava escuro ou ao anoitecer nos Estados Unidos, combinado com o céu claro — explicou Bob Rutledge.

Uma aurora boreal se inicia quando uma tormenta solar causa ventos magnéticos. Eles se chocam com o campo magnético da Terra, comprimindo-o. O choque excita elétrons de oxigênio e nitrogênio. Quando esses elétrons diminuem de intensidade, emitem as cores vermelho e verde, disse Rutledge.
Via ZH

terça-feira, 25 de outubro de 2011

5 mudanças no nosso planeta ainda nesse século

Em termos de evolução, a espécie Homo sapiens é extremamente bem sucedida. As populações de outras espécies posicionadas semelhantes a nós na cadeia alimentar tendem a chegar, no máximo, na casa dos 20 milhões.

Nós, pelo contrário, levamos apenas 120 mil anos para alcançar o nosso primeiro bilhão de membros, e, em seguida, precisamos de apenas outros 206 anos para adicionar mais 6 bilhões. De acordo com a Divisão de População das Nações Unidas, a nossa população vai chegar a 7 bilhões em 31 de outubro, e, embora as taxas de fecundidade começaram a declinar em grande parte do mundo, ainda estamos projetados para alcançar 9 bilhões em meados do século, e nos estabilizar em cerca de 10 bilhões até 2100.

E quais os impactos dessa explosão da população humana? Confira cinco mudanças marcantes que você, seus filhos ou seus netos podem esperar para ver ainda esse século.

1 – TROCAS EM POPULAÇÃO


Atualmente, é fato bem conhecido que a China é o país mais populoso do mundo, e que a África, embora repleta de problemas, não é necessariamente superpovoada considerando seu tamanho. Esses fatos vão mudar drasticamente.

A política chinesa do filho único restringiu significativamente seu crescimento, enquanto que, em alguns países africanos, a média das mulheres dá à luz a mais de 7 filhos.

De acordo com o biólogo Joel Cohen, a população da Índia vai superar a da China por volta de 2020, e a da África subsaariana alcançará a da Índia em 2040. Além disso, em 1950, havia três vezes mais europeus do que africanos subsaarianos. Em 2100, haverá cinco africanos subsaarianos para cada europeu. Essa é uma mudança de 15 vezes na relação da população, que pode ter um impacto geopolítico e sobre a migração internacional.

A migração de pessoas da África para a Europa pode apresentar um grande desafio nos próximos anos. Pode ser um potencial enorme do ponto de vista europeu, ou pode ser visto como uma ameaça. Como o mundo vai gerir a imigração para que o continente europeu ainda tenha benefícios enquanto a administra vai ser uma grande questão.

2 – URBANIZAÇÃO


Globalmente, o número de pessoas vivendo em áreas urbanas alcançou e ultrapassou o número de pessoas vivendo em áreas rurais em algum momento nos últimos dois anos.

A tendência vai continuar. O número de pessoas que vivem nas cidades vai subir de 3,5 bilhões hoje para 6,3 bilhões em 2050. Esta taxa de urbanização é equivalente a construção de uma cidade de um milhão de pessoas a cada cinco dias, a partir de agora, para os próximos 40 anos.

É claro, novas cidades não tendem a ser construídas; em vez disso, as cidades que já existem tendem a “lotar”. As megacidades se tornarão ainda mais caóticas – o que pode gerar novos conflitos. Quando você vive em pequenas cidades e áreas rurais, existem todos os tipos tradicionais de resolução de conflitos – uma espécie de equilíbrio estável. Com as megalópoles que se vê agora na África, como Monróvia (Libéria) e Kinshasa (República do Congo), vemos cidades onde a dinâmica não está mais sob controle. Ou seja, podemos estar indo em direção a novos tipos de conflitos – conflitos urbanos – e o mundo ainda não pensou nas consequências disso.

3 – GUERRA PELA ÁGUA


Não só a população humana explodiu nos últimos dois séculos, mas o consumo de recursos por pessoa – especialmente em nações industrializadas – tem crescido exponencialmente.

Os cientistas acreditam que a escassez dos recursos irá causar uma escalada de conflitos durante este século, ampliando o abismo entre ricos e pobres – os que têm e os que não têm.

Nenhum recurso é mais precioso e vital que a água, e, segundo o economista Jeffrey Sachs, já existem partes do mundo que, por causa do clima em rápida mutação, estão em um ponto de crise grave. A população da Somália, por exemplo, aumentou cerca de cinco vezes desde meados do século 20, e a precipitação diminuiu cerca de 25% no último quarto de século. Há uma fome devastadora após dois anos de completo fracasso das chuvas.

Conflitos sobre a escassez de água provavelmente se desenvolverão em luta de classes. A desigualdade da riqueza tende a crescer à medida que a população do país cresce, e este é um ponto muito importante a se notar, pois o consumo per capita de recursos aumentou dramaticamente.

Quando você soma tudo isso, tem um quadro sombrio: conforme a população cresce, há menos água por pessoa. Enquanto isso, o buraco entre ricos e pobres se alarga, e os ricos demandam mais recursos para acomodar seu estilo de vida. Inevitavelmente, eles vão comandar a água e outros recursos dos pobres. Com toda a probabilidade, isso levará a desafios, e talvez conflito de classes.

4 – ENERGIA FUTURA


Atualmente, não há energia suficiente para ser extraída de fontes conhecidas de combustíveis fósseis para sustentar 10
bilhões de pessoas. Isto significa que os seres humanos serão obrigados a recorrer a uma nova fonte de energia antes do final do século. No entanto, é um mistério qual será essa nova fonte.

Nenhuma tecnologia está completamente pronta para resolver o problema da energia. Sabemos que há uma abundância de energia solar, nuclear, no carbono, e outras fontes, para provavelmente 100 ou 200 anos. Mas todas elas ainda têm algum problema: eficiência, custo, etc.

Muitos especialistas estão otimistas de que as tecnologias podem ser desenvolvidas para resolver nossos problemas, mas outros acham que não temos as estruturas sociais que nos permitem empregar estas tecnologias.

Em suma, o futuro irá corresponder a uma destas duas imagens: ou alguma forma nova e superior de extração de energia (tais como painéis solares altamente eficientes) será generalizada, ou a tecnologia e sua implementação irão falhar, e a humanidade terá de enfrentar uma grande crise de energia.

5 – EXTINÇÕES EM MASSA

Conforme os seres humanos se espalham, deixam pouco espaço ou recursos escassos para outras espécies. Há boas evidências de que estamos na sexta extinção de espécies em massa da história do planeta, por causa da incrível quantidade de produção primária que tomamos por sermos uma espécie de 7 bilhões de indivíduos.

Além da falta de terra e recursos para outras espécies, nós também causamos mudanças rápidas para o clima global, com a qual muitas espécies não conseguem lidar. Alguns biólogos acreditam que, com a atual taxa de extinção, 75% das espécies do planeta desaparecerão nos próximos 300 a 2.000 anos. Estes desaparecimentos já começaram, e os eventos de extinção se tornarão cada vez mais comuns ao longo do século.

Lâmpada de neon

Sangue e assassinato acompanham a história da luz branca desde sua invenção
por Itamar Cardin

1. A morte
Dois eletrodos nas pontas de um tubo cheio de neônio e vapor metálico começam a emitir elétrons - e isso gera luz. Foi o francês Georges Claude que produziu, no início do século 20, a primeira lâmpada de neônio. Mas já no final do século 19 o americano Daniel McFarlan Moore havia usado gás e eletricidade para criar incandescência. Moore acabaria assassinado nos anos 30, em uma disputa de patentes.

2. Os gases nobres
Uma lâmpada de neon não precisa ter neônio. Outros gases nobres podem ser usados. É como se a última coluna da tabela periódica fosse uma paleta de cores. O hélio dá uma luz amarela ou branca, o argônio uma azul ou roxa, o kriptônio uma prata ou branca. Mas a nuance mais marcante vem mesmo do neônio. A intensidade de seu laranja ou vermelho é tanta que ele é usado em sinalizadores de luz.

3. Muita luz para vocês
A ausência de filamentos amplia a vida útil de uma lâmpada de neon, que pode chegar a 100 mil horas. Isso são 11 anos e 5 meses de luz ininterrupta. Por isso, ela é tão usada em letreiros de propaganda - e virou alvo de perseguição. O neon foi proibido junto com as propagandas externas e os outdoors, na Lei Cidade Limpa, de São Paulo.

4. A luta livre...
No Japão, uma estranha luta usa lâmpadas como armas de ataque. É a Neon Lamp Fight. 
Suas regras são parecidas com as de outras lutas livres ultraviolentas, mas com lâmpadas espalhadas pelo ringue, que podem ser usadas pelos competidores. A luta é meio faz de conta, já que os vencedores costumam ser combinados previamente.
 Mas o sangue (que jorra no ringue inteiro) é real.



5. ...E a intolerância
No Brasil, essas lutas não existem, mas o cenário consegue ser ainda mais violento. Em 2010, 5 jovens utilizaram lâmpadas de neon para agredir homossexuais na Avenida Paulista, em São Paulo. Quatro deles eram adolescentes. Gritavam "Suas bichas" e "Vocês são namorados", bateram nas vítimas e acabaram soltos pela polícia. Era melhor deixar as lâmpadas nos letreiros.

Fontes Regina Monteiro, presidente da Comissão de Proteção à Paisagem Urbana de São Paulo; Lucas Godoi, do Portal da Luta Livre; Associação Brasileira da Indústria da Iluminação (Abilux); Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras de São Paulo; Fabiola Mariano, da Indústria Brasileira de Gases.

Macarrão é a comida preferida do mundo

Estudo com 16 mil pessoas revela o que a humanidade mais gosta de comer - e traz surpresas como o verdadeiro prato preferido do Brasil

No mundo:
Macarrão
2º Carne
3º Arroz
4º Pizza
5º Frango

No Brasil:
1º Lasanha - 20,4%
2º Arroz - 19,4%
Macarrão - 12,9%
4º Feijoada - 4,9%
5º Pizza - 4,6%
6º Churrasco - 4,5%
7º Frango - 4,3%
8º Peixe - 2,6%
11º Comida japonesa - 2,1%
14º Salada - 1,2%

Em alguns países:
EUA
1º Pizza - 15,2%
2º Bife - 8,2%
3º Frango - 7,5%
4º Comida Mexicana - 5,3%

Espanha
1º Paella - 11,8%
Macarrão - 10,6%
3º Arroz - 6,8%
4º Pizza - 4,2%

Alemanha

Macarrão - 12,1%
2º Pizza - 6,2%
3º Vegetais - 3,8%
4º Schnitzel* - 3,7%

Rússia
1º Carne - 13%
2º Batata - 6,2%
3º Salada - 5,4%
4º Borscht* - 4,7%

Austrália
1º Chocolate - 8,9%
Macarrão - 7,2%
3º Bife - 5,1%
4º Frutos do mar - 4,9%

Gana
1º Fufu* - 28,2%
2º Arroz - 25,8%
3º Banku* - 18,7%
4º Tuo-zaafi* - 6,9%

* Schnitzel: carne empanada; Borscht: sopa de beterraba; Fufu: massa de vegetais; Banku: massa de milho; Tuo-zaafi: bolo de arroz.

Fontes Oxfam Grow Campaign 2011 Global Opinion Research via Superinteressante

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Zoom digital versus zoom ótico

Primeiro, um esclarecimento: o que é zoom?
Zoom é a denominação aplicada às lentes com ângulo de visão variável. Variando-se o ângulo de visão, simultaneamente varia a sensação de proximidade de um objeto que esteja dentro do campo de visão.

Consegue-se esse efeito ao se variar a distância focal - isto é, a distância entre o centro ótico da lente e o ponto de foco (no caso da fotografia digital, o ponto de foco é o sensor digital, local onde a imagem captada é projetada).
Uma objetiva sem zoom, isto é, fixa, não permite ao fotógrafo aproximar ou afastar os objetos dentro de seu campo de visão. Nesse caso, resta ao próprio fotógrafo aproximar-se ou afastar-se do alvo, com a câmera em punho.
Fala-se que uma lente ou câmera tem "zoom de quatro vezes". Isto significa que sua maior distância focal é igual ao quádruplo de sua menor distância focal. Isso é o que ocorre, por exemplo, em uma câmera Canon A530, equipada com lente 35-140 mm.

Um objeto eventualmente fotografado vai variar de tamanho na imagem final à mesma proporção em que variarmos a distância focal. Assim, um jarro fotografado com a lente na posição tele (140 mm) parecerá quatro vezes maior em comparação com a mesma foto feita na posição grande angular (35 mm).
Fica claro que a existência do zoom em uma câmera fotográfica é uma conveniência para o fotógrafo, que fica com maior liberdade para composição e enquadramento.
Mas qual a diferença entre zoom ótico e zoom digital?
O zoom ótico é feito, como o nome indica, por um processo ótico: as várias lentes que compõe a objetiva deslocam-se interna e/ou externamente de modo a obter a desejada variação na distância focal. Ou seja: a imagem que é projetada sobre o sensor continuamente se altera ante as variações de distância focal.
O procedimento do zoom digital é radicalmente diferente. Quando do uso do recurso, a imagem projetada sobre o sensor não se altera. O efeito de zoom é obtido com a ampliação do "miolo" da imagem. Isto é feito por meio de algoritmos matemáticos.
Exemplificando: uma câmera que produza imagens de 2560 por 1920 pixels, está com o zoom digital aplicado em uma ordem de duas vezes (2x). O que a câmera faz? A câmera despreza as bordas da imagem projetada sobre o sensor e seleciona um "miolo" de 1280 por 960 pixels. O algoritmo da câmera multiplica por dois esse miolo em cada uma das dimensões (largura e altura) e gera a imagem a ser gravada na memória.
Comparativamente, o zoom ótico é superior ao zoom digital. Aliás, o zoom digital é uma verdadeira gambiarra, pois um algoritmo matemático não tem como conseguir detalhamento que não foi captado na ocasião da foto. No exemplo que citei, a partir de um único pixel o zoom digital precisará gerar dois pixels em cada dimensão, ou seja, quatro pixels. Com isso, perde-se nitidez e a foto tende a ficar borrada, sem contornos definidos. Algo similar ao que aconteceria, analogicamente comparando, a se projetar um slide comum sobre uma tela de dimensões exageradas.
Por isso, fica a dica: ao comprar uma câmera, não leve em conta o zoom digital; observe exclusivamente o zoom ótico. Ignore também o zoom combinado (ou seja, zoom ótico combinado ao digital).
A título de exemplo, ainda olhando para a Canon A530, temos:
Zoom ótico: 4x
Zoom digital: 3,2x
Zoom combinado: 12,8x (o valor do ótico multiplicado pelo valor do digital)
Aliás, daí a explicação para a existência do zoom digital: em um anúncio publicitário, chama muito mais a atenção um zoom de 12,8x que outro de 4x.
Evite usar o zoom digital. Se usá-lo, procure ser parcimonioso e tenha a consciência de que as chances de obter uma foto sem nitidez será maior, especialmente quando fazemos impressões em um tamanho maior.

domingo, 16 de outubro de 2011

A natureza remodelada

 Criaturas de todo o mundo estão se adaptando ao ser humano. É o que acontece quando aceleramos a evolução
A evolução não é só aquela força que dá origem a mamutes e dinossauros ao longo de milhões de anos. Ela está agora aí ao seu lado – e, pelo que os cientistas estão descobrindo, de forma cada vez mais rápida. Basta alguma coisa dificultar a vida de uma espécie – o que os biólogos chamam de “pressão seletiva”– para que ela seja forçada a se adaptar ou desaparecer. Nas últimas duas décadas, os cientistas descobriram que essas mudanças nem sempre se dão de forma lenta e gradual – muito freqüentemente, elas acontecem em 10 ou 20 anos. Hoje, a atividade humana tem gerado pressões seletivas em várias espécies  e, sem querer, estimulado os seres vivos a se adaptar a nós. “É importante perceber que o que estamos descrevendo são mudanças quantitativas nos organismos, como alterações no tamanho, na forma e na idade de maturidade”, diz o biólogo David Reznick, da Universidade da Califórnia, em Riverside. Para ele, essas pequenas alterações são o primeiro passo para as grandes mudanças evolutivas, como o desenvolvimento de asas nas aves. “Não sei quais serão os resultados de tudo isso, mas acho que serão muito maiores do que o esperado”, afirma o botânico Donald Waller, da Universidade de Wisconsin-Madison, EUA. Assim como o ser humano adaptou cavalos e cachorros ao seu modo de vida, é possível que ele sem querer domestique grande parte da natureza.
O mundo à imagem do homem
Nova rotina
A mudança que a humanidade está causando no clima também força os animais a se adaptar, alterando os padrões de migração ou de reprodução. Um exemplo é o esquilo-vermelho, que habita o território de Yukon, no Canadá. Por conta do aquecimento na região, a primavera chega mais cedo e as fêmeas da espécie dão à luz 18 dias antes do que ocorria há uma década. Os pesquisadores verificaram que pelo menos 13% da mudança estava relacionada à evolução da espécie e não à flexibilidade comportamental.


Peste reforçada
Insetos têm uma incrível capacidade de se adaptar às mais variadas situações – e os inseticidas e pesticidas que usamos para destruí-los só estimulam essa habilidade. Um estudo do Conselho Nacional de Pesquisa americano publicado em 2000 mostrou que alguns insetos precisam apenas de uma década para desenvolver resistência a um novo pesticida – alguns deles são imunes a vários. Estima-se que, só nos EUA, pestes resistentes a inseticidas custem entre 2 bilhões e 7 bilhões de dólares por ano à indústria agrícola.



Peixe pequeno
O bom pescador devolve os peixes menores ao rio, certo? Se apenas os peixes grandes forem pescados, no entanto, a tarefa de reprodução caberá aos peixes pequenos. Resultado: com o tempo, o tamanho da espécie tende a diminuir. Um estudo em laboratório da Universidade de Stony Brook, em Nova York, analisou dois aquários: em um, pescava os peixes grandes; no outro, os pequenos. Em apenas 4 gerações, os animais do primeiro aquário tinham em média metade do tamanho dos do segundo.


Bichos sem chifre
Caçador gosta de chifres: quanto maior eles forem em um animal, maior a probabilidade de ele ser abatido. O resultado dessa matança de chifrudos é que os genes que determinam essa característica estão sumindo. 
Resultado: sobram só animais com cornos pequenos para determinar o futuro da espécie. 
Em Alberta, Canadá, o tamanho dos chifres dos carneiros diminuiu 25 por cento nos últimos 30 anos. De forma parecida, a busca pelo marfim fez o número de elefantes sem chifres na China atingir mais do que o dobro da média normal. fato idêntico acontece com os rinocerontes na África, alguns já nascem sem chifres, como se isso fosse uma evolução da espécie e não uma adaptação ao efeito antropocêntrico ( a mão do homem). 

Micróbios adaptados
Quase todos sabem que bactérias conseguem evoluir rapidamente e desenvolver resistência aos remédios que criamos para combatê-las. Mas a habilidade delas vai muito além disso. Em poucas décadas, bactérias conseguiram desenvolver a capacidade de quebrar e digerir substâncias que não existiam antes de o ser humano inventá-las em laboratório, como alguns herbicidas e explosivos como o TNT. Os truques para chegarem lá incluem enzimas capazes de aumentar as mutações em épocas difíceis e trocar genes entre vários indivíduos.

 Vida radioativa
A vida em Chernobyl, na Ucrânia, parece estar voltando ao normal. Em 1986, uma explosão na usina nuclear local contaminou com radiação diversas regiões da Europa, destruiu florestas e provocou uma queda acentuada na vida selvagem dali. Hoje, o lugar é a primeira reserva natural radioativa do mundo e abriga mais de 100 espécies animais e vegetais. Os cientistas dizem que a biodiversidade é até maior do que antes, já que animais como ursos e lobos foram introduzidos na região depois do acidente. “O ecossistema parece estar normal”, diz o ecologista James Morris, da Universidade da Carolina do Sul, EUA, que pesquisou a região. O incrível é que a maioria das espécies não apresenta sinais físicos bizarros – em uma região com tanta radiação não seria estranho encontrar animais sem olhos ou com uma perna extra. A maioria das mutações são logo eliminadas pela seleção natural e as que permanecem são sutis, normalmente relacionadas a adaptações à radiação. Um exemplo são os ratos, quase extintos após o acidente. Hoje existem em grande número ali, apesar do estudo de um de seus genes ter indicado uma taxa de mutação 100 vezes maior do que o normal. É importante que os animais aprendam a lidar com a radiação: afinal, ela deve continuar ali por um bom meio milhão de anos.

ANTROPOCENO: Bem-vindo à Era do homem

Cientista diz que humanos alteraram tanto o planeta que deram início a uma nova época geológica.
Novo mundo: para Zalasiewicz, o homem acelerou mudanças na Terra.
A Terra existe há 4,6 bilhões de anos; os humanos, há 195 mil. Em menos de 0,01% da história terrestre, já alteramos tanto sua química e biologia que especialistas dizem que detonamos uma nova era: o Antropoceno – em grego, algo como “novidade humana”. O período teria começado há 200 anos, com a Revolução Industrial, e dado fim ao Holoceno (“totalmente novo”), ainda vigente na ciência tradicional. A Comissão Internacional de Estratigrafia, que determina a divisão do tempo geológico, formou um grupo para decidir se estamos mesmo no Antropoceno. Seu diretor, o geólogo inglês Jan Zalasiewicz, diz que ainda é cedo para dizer se o termo será formalmente aceito, mas que não há dúvida: vivemos em um planeta moldado pela ação do homem.


Como medimos o tempo geológico?
Jan Zalasiewicz: Dividimos o tempo em unidades que duram milhões de anos, baseadas em mudanças significativas na história da Terra, como alterações na química planetária e nos animais e plantas. Um exemplo é a mudança da Era Mesozoica, a dos dinossauros, para a Cenozoica, dos mamíferos. Essa passagem foi abrupta, provavelmente guiada pelo impacto de um meteoro. 
Estamos no Período Quaternário, que tem 2,5 milhões de anos e se caracteriza pelo planeta entrando e saindo de eras do gelo. Dentro desse período, vivemos no Holoceno, que começou com o fim da última glaciação e já dura 11 mil anos – isso, claro, enquanto o Antropoceno não é aceito formalmente.

Por que estaríamos em uma nova era?
Zalasiewicz: Essa ideia não é tão nova. Alguns geólogos do século 18 já sugeriam que os humanos estavam causando um impacto tão grande na superfície do planeta que poderíamos estar vivendo uma nova fase. Por muito tempo, eles não foram levados a sério. Outros cientistas diziam que nossas interferências poderiam parecer grandes, mas não eram tão grandes quanto o impacto de um vulcão ou terremoto. Isso mudou há 11 anos, quando Paul Crutzen, ganhador do prêmio Nobel de Química, sugeriu o termo Antropoceno. A partir daí, cientistas começaram a usar a palavra em seus estudos, mesmo que de modo informal.

Como conseguimos mudar tanto o planeta em tão pouco tempo?
Zalasiewicz: Os humanos têm sido muito efetivos em fazer mudanças na superfície do planeta. Para alimentar 7 bilhões tivemos que converter uma porção muito grande da superfície em terra de agricultura, com plantações. Também cobrimos grande parte do planeta com nossas cidades. Para construí-las, pegamos calcário e areia e convertemos em outros tipos de rocha, como concreto, tijolos e vidro. Também fizemos grandes mudanças na biologia: além de causarmos muitas extinções, transportamos animais por todo o planeta, criando o fenômeno das espécies invasoras. É difícil achar outro ser vivo que, sozinho, tenha mudado tanto o planeta. Só há paralelo no Período Cambriano, quando uma nova bactéria começou a transformar dióxido de carbono em oxigênio, mudando toda a atmosfera.

Nós mudamos nossa atmosfera também?
Zalasiewicz: Sim. Aumentamos a quantidade de dióxido de carbono na atmosfera em 40% e elevamos a quantidade de outros gases de efeito estufa, como óxido nitroso. Ao criarmos fertilizantes, duplicamos a quantidade de nitrogênio reativo na água e na superfície da Terra. São mudanças químicas bem substanciais. Também alteramos a refletividade do planeta, nossa capacidade de absorver e refletir a radioatividade do sol. Em resposta a essas mudanças, parecemos estar esquentando a superfície da Terra.
 Por enquanto, esse aumento é modesto, mas as previsões dizem que pelo final do século as temperaturas terão subido entre 2 °C e 5 °C. O nível do mar vai aumentar, e também deverá mudar a distribuição de animais e plantas em todo o planeta, que, se não conseguirem se adaptar ou migrar, serão extintos.

E quais as mudanças na superfície?
Zalasiewicz: Estamos alterando a face da Terra por meio do modo como transportamos pedras e sedimentos. Para construir nossas cidades retiramos milhões de toneladas de materiais da natureza. 
Afetamos a sedimentação e a erosão naturais com a agricultura. Temos represas construídas em muitos dos rios, o que segura grandes quantidades de sedimentos que teriam atingido o mar. Os geólogos do futuro vão encontrar sedimentos muito diferentes ao analisar nossas áreas costeiras. Elas serão camadas geológicas com concreto, metal e plástico, completamente diferentes de qualquer outro tipo já registrada. Quando o nível do mar subir, podemos até afetar as erupções vulcânicas. No passado, elas eram mais frequentes em tempos onde o nível do mar se alterou. O aumento do nível joga água dentro de crateras e produz pequenas explosões.


Qual é o papel do Grupo de Trabalho do Antropoceno, do qual você faz parte?
Zalasiewicz: Queremos ouvir os cientistas favoráveis e contrários à ideia antes de formalizar o termo. Vamos analisar o Antropoceno, e esperamos chegar a uma proposta. Temos de levar vários aspectos em conta: se vale a pena usarmos o termo, se ele será uma época, período ou era , e seu início. Além do ano 1800, que marca a Revolução Industrial, alguns geólogos sugerem que comecemos a marcá-lo a partir da era nuclear. Depois de 1945, todos os sedimentos estão contaminados com resíduos nucleares, provenientes de testes com bombas atômicas. Nosso estudo será analisado pela Comissão Internacional de Estratigrafia. Estimo que isso demore uns 5 anos.


Isso pode afetar nossa visão de mundo?
Zalasiewicz: O Antropoceno se diferencia de outros intervalos geológicos porque o estamos causando — e ele pode ser altamente danoso ao planeta e à biodiversidade. Gente de fora da geologia começou a se interessar pelo assunto porque ele nos dá uma ideia de como lidar com isso e proteger o planeta.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Governo confirma fim de transmissões analógicas para 2016

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, confirmou ontem, dia 13 de outubro, o desligamento de transmissões analógicas de televisão para 2016.
Apesar do desligamento, o ministro reconhece que o sistema digital ainda não é popular no Brasil e pretende acelerar o processo de digitalização das emissoras.
"As emissoras vão ter tempo para se adaptar e os próprios consumidores vão querer modernizar seus equipamentos, até mesmo porque teremos uma Copa do Mundo aqui no Brasil em 2014 e as pessoas vão querer aproveitar o sistema digital”, diz Bernardo.
Ainda de acordo com o Ministério das Comunicações, o decreto que estabeleceu o sistema de TV digital no Brasil permite usar a TV para consultar saldo bancário, agendar consultas médicas, consultar a previsão do tempo, informações de trânsito e comprar produtos. Vale lembrar que, no início, nem todos os modelos de TV serão compatíveis com estes recursos.
A geradora de TV precisa dar entrada no processo de consignação no Ministério das Comunicações antes de transmitir em sinal digital. Todos os processos de consignação de geradoras serão finalizados até dezembro de 2011, segundo Genildo Lins, secretário de Serviços de Comunicação Eletrônica do MiniCom.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Leite faz mal?

Pode fazer. Mas dá para reduzir a ingestão ou buscar cálcio em outras fontes
A bebida contém importante quantidade de cálcio, essencial para nossos ossos, mas vem se tornando polêmica à medida que se descobriu que pode causar também uma série de alergias e doenças. 
Um estudo recente feito pela Universidade de São Paulo (USP) mostrou que 57% dos brasileiros brancos têm diminuição da enzima que digere a lactose, o açúcar do leite. “Na idade adulta, o comum é sermos intolerantes a ele. Os mamíferos nascem para tomar leite só até os dois anos”, diz Rejane Mattar, uma das autoras do estudo e imunologista do Hospital das Clínicas. “Quem tem má digestão pode diminuir a quantidade ou trocar por queijo e iogurte. Mas não deve cortar totalmente porque seu cálcio é importante”, diz.
Para algumas linhas de estudos de nutrição, a ingestão da bebida traz outros problemas, como alergias e processos inflamatórios. “Quando qualquer proteína é mal digerida, pode passar para o sangue se houver buracos na parede do intestino”, diz a nutricionista Denise Madi Cerreiro. O organismo passa a combater esta macromolécula como se fosse um corpo estranho e podem aparecer rinite, sinusite, esofagite, dermatite, otite e celulite para quem ingere constantemente. “A proteína do leite de vaca pode até estar ligada ao acúmulo de gordura na barriga, aumento de pressão arterial, diabetes, ovário policístico, distúrbios de concentração, ansiedade e depressão”, diz Cerreiro.
Esses problemas psicológicos podem ser consequência de qualquer processo alérgico em que ocorre o aumento da histamina. Essa última influencia a liberação da serotonina, que acaba afetando nosso bem-estar emocional. A nutricionista indica que as necessidades de cálcio sejam supridas também com vegetais. Eles apresentam o mineral em menor quantidade, mas sua absorção pelo corpo causa menos problemas. 

Por Denise Dalla Colletta para Galileu

Qual o melhor alimento para quem só tem 1 opção?

Qual é o melhor alimento único para comer?
Não há boa resposta para esta pergunta, porque nós seres humanos precisamos de uma gama de nutrientes a partir de uma variedade de alimentos para ser saudável.
No entanto, entre os alimentos de sobrevivência perfeito seria o feijão, que fornece proteínas e uma carga de outros nutrientes. Se você pudesse escolher duas coisas para comer, opte pela couve como uma saudável verdura nutritiva. É particularmente rica em vitaminas, minerais e fibras, diz o nosso colunista da Bad Medicine Christopher Wanjek.
Uma longa lista de outros candidatos dignos incluiria peixes, cevada e frutas, fariam você passar 3 semanas apenas consumindo-os. Mas não devemos depender apenas de alguns alimentos. Saiba mais aqui:

Feijões

 Tal como acontece com bagas, a maioria dos feijões são altamente nutritivos. Preto , vermelho, branco ou fradinho ele é o melhor para muitos nutricionistas e está na listas dos chamados superalimentos. Esta será provavelmente a sua melhor fonte de cálcio e ferro na ilha. O feijão é um alimento versátil , também, por uma vez seca a manter por um longo tempo. E se você está sozinho na ilha, por que se preocupar com flatulência ?





Couve

A maioria dos vegetais verdes folhosos lhe fará bem, couve é particularmente rica em vitaminas, minerais e fibras. Você pode ferver as hastes para um simples caldo de legumes. Kale foi criado a partir de couve selvagem, e primos mais próximos incluem brócolis, couve de Bruxelas, couve-flor, repolho, couve, couve-rábano, mostarda e grelos. Riquíssima em fibras pode ser consumida na sua totalidade.




Cantalupo (melão espanhol)

 Tal como acontece com bagas, melão é ao mesmo tempo saboroso e nutritivo. Embora um pouco alto seu teor em açúcar, é muito boa fonte de vitaminas A e C e potássio. Sua falta de índice de gordura e menor carga glicêmica faz melão uma opção alimentar ligeiramente melhor do que bananas, sua substituta por natureza.





Bagas (morango, framboesa, amora, mirtilo, cassis e groselha)
 ... faça a sua escolha se eles estão disponíveis para colheita. Poucos alimentos corresponder bagas no sabor, teor de vitamina e potência antioxidante. 
Adicionar a esta lista kiwis, uma vez chamado a groselha chinesa, mas mudou por razões de marketing. Kiwi tem mais vitamina C do que laranjas e potássio tanto quanto uma banana. Cuidado com as bagas venenosas, como o azevinho, Berry e Berry Franken Boo. 

Cevada
 Algo pode ser mais sexy do que a aveia? Sim, é a cevada!  Mas cevada, mais do que a aveia e outros cereais integrais, reduz os "maus" os níveis de colesterol LDL e aumenta o HDL "bom". Tal como acontece com outros grãos, a cevada tem vitaminas essenciais (como a niacina e outras vitaminas B) e minerais (manganês e selênio), que são de outra forma não tão abundante em frutas. E se você tem o suficiente em sua ilha, você pode fabricar até um pouco de cerveja ou uísque.

Alga
Onde há mar, há algas. Mesmo o mais preguiçoso entre nós pode colher o que é lavado. Kelp, Alaria e pia (kombu, wakame e nori na culinária japonesa) estão entre os mais comuns. Quase todos os tipos são comestíveis. Algas é carregado com vitaminas e minerais. Uma vez seco mantem-se por meses também. Algas marinhas é uma parte regular da dieta asiática, e a maioria das casas japonesas terão quatro ou cinco tipos na mão. Mesmo se você evitar sushi, você comeu algas no sorvete. Musgo irlandês (carragenina) é um agente espessante.

Peixe
 Estando em uma ilha você terá peixes ao redor. Se um rio atravessa-lo, e se esse rio tiver salmão, então você está realmente na sorte. Salmão é rico em omega-3 os ácidos gordos, o que é bom para o coração. Qualquer peixe, porém, é uma boa fonte de gordura saudável e proteínas. O melhor de tudo, você pode comer peixes crus, no caso de você se esquecer de trazer o seu  isqueiro. Se você decidiu não trazem outros produtos alimentícios de animais para a ilha, então o peixe será sua única fonte de vitamina B12.E de proteína animal, é claro.


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