sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Seus movimentos e respiração afetam o sinal Wi-Fi


A revista New Scientist aponta para um estudo, conduzido na Universidade de Cornell, que descobriu que seus movimentos e respiração afetam o sinal do Wi-Fi.

Neal Patwari, que conduziu o estudo, testou vários dispositivos wireless para consumidores para ver qual o impacto que humanos têm sobre o sinal. Ele descobriu que, durante a inspiração, os sinais wireless se curvavam ao redor do peito dele. Isto os fez percorrer uma distância maior e perderem a potência.

A pesquisa não foi feita para saber como melhorar o Wi-Fi da sua casa: o objetivo era descobrir uma forma discreta, porém precisa, de medir a taxa de respiração de uma pessoa. Mas é interessante saber que mesmo o simples ato de inspirar pode reduzir a potência do Wi-Fi ao seu redor.

Não se preocupe: estar vivo não vai afetar muito seu sinal. O estudo sugere, no entanto, que há implicações de outros obstáculos em sua casa – principalmente os que se movem – no sinal wireless.

Rede sem fio pode assistir a sua respiração
Não é fácil dormir com tubos no nariz, mas quando os médicos querem acompanhar a respiração de uma pessoa que têm poucas outras opções. Um sistema sem fio novas promessas para acabar com tecnologia médica intrusiva - mas em vez disso, pode acabar sendo usado como uma ferramenta de vigilância para rastrear os movimentos das pessoas e as atividades a portas fechadas. 

Ele funciona através da medição de perda de sinal por causa - imagine só - a ascensão e queda do seu peito enquanto você respira. Isso é muito preciso.
Enquanto testava um novo equipamento, Neal patwari da Universidade de Utah em Salt Lake City e seus colegas notaram variações na intensidade do sinal wireless desencadeado pela respiração de uma pessoa, mas apenas em determinados locais ao redor da sala. Então eles montaram um experimento para testar se uma rede sem fio confiável poderia medir a taxa de respiração. 

Num futuro próximo as aplicações para este sinal podem evoluir para a situação de monitoramento total de um paciente hospitalizado numa UTI, sem fio ou cabo algum conectado ao doente, sendo medido frequência e  pressão cardíaca, níveis de saturação do ar respirado e até mesmo atividades cerebrais.

No teste, patwari estava em uma cama de hospital cercado por 20 roteadores Wi-fi comuns . Os equipamentos  foram dispostos de forma que saturassem o ar com2,4 gigahertz ondas de rádio em todo o quarto - a mesma freqüência como Wi-Fi -, mas com um milésimo do poder de placa wireless de um laptop. Os valores do sinal eram medidos  quatro vezes por segundo - rápido o suficiente para medir as flutuações causadas por respiração individual.
Após a coleta de 30 segundos de dados, a rede foi capaz de estimar com precisão taxa de respiração de uma pessoa dentro de 0,4 respirações por minuto.
Patwari conclui que os sinais sem fio davam a volta em torno de seu peito enquanto realizava cada inspiração, levando-os a viajar uma distância mais longa e diminuir um pouco no poder.

Desmascarar
A tecnologia poderia permitir que as pessoas descansarem mais confortavelmente durante estudos do sono, sem estar ligado a máquinas por cabos e tubos. Ele sustenta que o sistema poderia ser usado para substituir os atuais testes médicos para a capacidade pulmonar.
Mas os atuais métodos de acompanhamento médico de respiração são mais que suficientes, diz Salvatore Morgera da Universidade de South Florida, em Tampa. Estes métodos também pode medir a quantidade de dióxido de carbono exalado em gases, coletados em uma máscara ou um pequeno tubo em cada narina, enquanto o controlo wireless seria apenas aumentar a confusão de ondas de rádio em um hospital moderno.

Se ele não encontrar um uso em medicina, o dispositivo pode ainda bisbilhoteiros interesse. Em um estudo anterior , Patwari e um colega, mostraram que os sinais de rádio  freqüências Wi-Fi pode penetrar paredes, uma rede sem fio criada fora de uma casa pode rastrear pessoas como eles se movem de sala em sala. Com este novo nível de precisão, um sistema sob medida para vigilância poderia espionar as pessoas como eles se movem em torno de um quarto de hotel, por exemplo, ou mesmo discernir se elas estão descansando no sofá ou na cama.

Fonte: Tirei daqui New Scientist - Publicação do trabalho aqui: http://arxiv.org/abs/1109.3898 da Universidade de Cornell - EUA


quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Lixo espacial: 45 objetos devem reentrar na atmosfera até dezembro

Se você ficou impressionado com a reentrada do satélite desgovernado UARS na última semana, então se prepare. Pelo menos 45 pedaços de satélites e restos de foguetes deverão retornar à Terra nos próximos 60 dias, incluindo um satélite alemão de 2.4 toneladas que deverá resistir ao calor da reentrada.

De acordo com dados do Comando estratégico dos EUA, (USStratcom), somente neste mês de setembro de 2011 cinco reentradas já foram observadas, entre elas a de três satélites: Uars, Cosmos 2388 e Hawksat1. Os outros dois objetos eram restos de foguetes propulsores.
 Dos 45 objetos que deverão reentrar na atmosfera nos próximos 60 dias, 13 são fragmentos restantes da colisão entre o satélite americano Iridium 33 e o russo Cosmos 2251, ocorrida em fevereiro de 2009 em pleno espaço. A maior parte do lixo é composta de restos de foguetes propulsores que foram usados para colocar objetos em órbita e que agora estão retornando à Terra.

Além desses fragmentos, a lista também contempla dois satélites de pesquisa: o pequeno Polysat, da Universidade Politécnica da Califórnia e o telescópio alemão de raios-x ROSAT. Enquanto o Poylsat CP6 não passa de um cubo de 10 centímetros que deverá ser incinerado durante a reentrada, prevista para 6 de outubro, Rosat é um grande equipamento de 2.4 toneladas e que segundo seus construtores, deverá resistir à reentrada.

Desde o início do ano, 269 satélites ou restos espaciais já retornaram à Terra, o que dá uma média de um objeto por dia rompendo nossa atmosfera. Desses, 13 eram satélites e 66 consistiam de fragmentos da colisão entre os satélites Iridium 33 e Cosmos 2251. Por ano, cerca de 80 toneladas de material espacial retornam à Terra.

Rosat
Além do UARS, que reentrou sobre o Pacífico em 24 de setembro, o satélite Rosat também deverá chamar a atenção nos próximos dias. Apesar do UARS ter o dobro da massa do Rosat, sua construção facilitou a ruptura dos componentes, provocada pelas altas temperaturas encontradas na fase da reentrada.
 No caso do ROSAT, acredita-se que um total de 1.6 toneladas de fragmentos deverá resistir à reentrada, já que são formadas por vidro e fibra de carbono, altamente resistentes ao calor. Por ser um telescópio, a principal peça é o espelho primário, com peso aproximado de 400 quilos. Após reentrarem, essas peças cairão em queda livre, à velocidade de 450 km/h.

ROSAT tem órbita inclinada em 52 graus, muito parecida com a do UARS. Assim, o satélite deverá cair entre as latitudes 52.00N e 52.00S, com o Brasil novamente na rota dos destroços.
 Os primeiros cálculos mostram que o satélite deverá reentrar na atmosfera no dia 11 de outubro, mas a exemplo do que ocorreu com o UARS essa data deverá mudar à medida que novos dados do fluxo solar sejam inseridos nos modelos de decaimento.

Quando foi colocado em órbita, em 1990, Rosat mantinha a altitude nominal de 580 km. Em julho de 2011 esse valor já era de 315 km e agora em setembro o satélite já está a 230 km acima do nível do mar.

Lixo espacial

 A colisão entre um satélite russo e outro americano em meados de fevereiro de 2009 reacendeu o debate sobre os riscos do acúmulo de lixo espacial para a humanidade. Desde o lançamento do Sputnik, o primeiro objeto a entrar em órbita, em 1957, a evolução tecnológica permitiu que naves, foguetes e outras centenas de satélites explorassem o espaço tranquilamente. Após perderem a utilidade, porém, esses objetos permaneceram no mesmo local e passaram do status de exploradores para o de poluidores espaciais. Atualmente, cerca de 17.000 destroços com mais de 10 centímetros giram em torno do Planeta Terra, provocando colisões e danificando naves (na imagem acima, uma montagem feita em computador mostra o acúmulo do lixo ao redor do planeta). Saiba as consequências disso e quais são as possíveis soluções para a realização de uma “faxina no espaço”.
  
1. O que é lixo espacial?
 O lixo espacial é composto detritos de naves, combustíveis, satélites desativados, lascas de tinta, combustível, pedaços de mantas térmicas e foguetes, objetos metálicos e até mesmo ferramentas perdidas por astronautas durante as suas explorações espaciais. “O que existe é uma grande nuvem de objetos dos mais variados tamanhos e pesos, desde um grama até toneladas”, explicou Petrônio Noronha de Souza, chefe do laboratório de Integração e Testes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

2. Quando surgiu? Como está a situação atualmente? 
O grande precursor do acúmulo de detritos no espaço foi o Sputnik, o primeiro satélite artificial da Terra, lançado em 1957 pela antiga União Soviética. Hoje em dia, com a evolução tecnológica, há cerca de 800 satélites ativos em órbita. Enquanto isso, segundo o chefe do laboratório do Inpe, a órbita se tornou um “vasto lixão espacial”. De acordo com dados divulgados em 2008 pela Nasa, a agência espacial americana, foram contabilizados no espaço aproximadamente 17.000 destroços acima de 10 centímetros, 200.000 objetos com tamanho entre 1 e 10 centímetros e dezenas de milhões de partículas menores que 1 centímetro.

3. Então a evolução tecnológica só serviu para “poluir” o espaço?
 Não necessariamente. Para Souza, a contrapartida da sujeira produzida pela evolução da tecnologia foi o benefício que ela trouxe para sociedade. “Não podemos dizer que tudo é lixo e apenas nos causa mal. Tudo que está lá sempre teve um propósito, nada foi colocado só para poluir. O lixo acumulado é um preço que se paga em função de um beneficio adquirido”, lembra ele.
4. O que acontece com os detritos que ficam no espaço e ninguém retira?
 Nem tudo o que foi colocado no espaço permanece em órbita. Souza explicou que os detritos vão paulatinamente perdendo altitude e, mais cedo ou mais tarde, caem na Terra. Segundo o chefe do laboratório do Inpe, detritos que estão em altitudes baixas caem mais rápido, em meses. Já os mais altos permanecem por décadas. “Quando um satélite é lançado, ele permanece lá por meses ou anos e, ao final da vida útil, é simplesmente desligado. Ao ser desligado, o satélite deixa de ser usado e se transforma em lixo. É como se alguém abandonasse um carro e o deixasse ali. Porém, é viável pegar um carro velho e levar para o pátio. E no caso do satélite não existe um pátio”, compara Souza.

5. É possível ser atingido por um pedaço de satélite, por exemplo?
 Essa possibilidade existe, mas a chance de ser atingido é reduzidíssima. Desde o início da corrida espacial, foram inúmeros os registros de quedas de detritos em diversas localidades, como os Estados Unidos, a Austrália e a África. Conforme Souza, porém, muitas vezes o lixo acaba queimando antes de cair na Terra. Quando consegue atravessar a atmosfera, o lixo espacial ainda enfrenta a probabilidade de cair no mar, já que os oceanos ocupam 75% da Terra. “Nunca vai acontecer uma tempestade de lixo espacial, a física não permite isso. É ficção científica”, esclarece o especialista.
  
6. Na pior das hipóteses, quais são os riscos do acúmulo de lixo espacial?
 O cenário mais remoto, porém fisicamente demonstrável, é a Síndrome de Kessler. A hipótese, apresentada por um físico da Nasa, sustenta que haverá um momento em que o espaço terá tantos detritos que será impossível utilizá-lo para as necessidades da humanidade. Isso porque, quando dois objetos se chocam, eles geram mais fragmentos, multiplicando assim o número de elementos em órbita. “Isso lembra uma reação em cadeia, em que choques vão gerando choques e mais choques, como se quase tudo que estivesse em orbita criaria um cinturão e inviabilizaria completamente o uso do espaço”, diz Souza.

7. Na prática, como os detritos espaciais poderiam afetar a vida do homem?
 Para a saúde do planeta Terra, o lixo espacial não tem a menor importância, já que representa uma quantidade de massa insignificante, segundo explicou o chefe do laboratório do Inpe. A grande afetada, caso o espaço fosse inutilizado, seria a sociedade. Os satélites que atualmente estão em órbita, por exemplo, são responsáveis por transmitir dados, sinais de televisão, rádio e telefone, sem contar os equipamentos que observam a Terra, fornecem informações sobre mudanças climáticas, podem antecipar fenômenos naturais e fazer o mapeamento de áreas. “O grande problema do lixo espacial está lá em cima: é a probabilidade desses fragmentos danificarem equipamentos necessários para o homem”, explicou o especialista brasileiro.
 8. É possível fazer uma “faxina espacial”?
 “Limpar o espaço não é como limpar um terreno baldio. Não existe tecnologia para remover esses objetos em órbita, porque a limpeza não é viável”, diz Petrônio Noronha de Souza. Ele explica que a tecnologia não existe de fato - há apenas algumas idéias. A concretização desses métodos, contudo, exige um gasto tão astronômico que a viabilidade técnica acaba sendo questionada.
  
9. Quais métodos já foram apresentados?
 A seguir, algumas das formas já propostas para tentar tirar o lixo do espaço:
Redes: Sistema de redes gigantes, que formaria um cesto capaz de capturar os detritos e jogá-los mais para baixo.
Lasers: Instalar canhões de laser em alguns pontos estratégicos e disparar contra o lixo, para desviar sua órbita para mais perto do planeta. Com isso, o lixo queimaria até desaparecer.
Fios: Cabos condutores de cobre poderiam ser acoplados a satélites desativados para que eles pudessem ser atraídos pelo campo magnético da Terra.
Espuma: Um painel de espuma seria colocado na rota dos detritos. Assim que os objetos passassem por ele, teriam sua velocidade reduzida, caindo de volta no planeta.
Braço: Uma espécie de nave não-tripulada, guiada por radares e câmeras, seria equipada com braços robóticos para coletar os detritos.

10. Há alguma alternativa para evitar que os satélites que estão em órbita não se tornem lixo espacial?
 Sim. O chefe do laboratório do Inpe explica que, para evitar que as centenas de satélites em atividade se transformem em lixo espacial ao fim de suas atividades, é preciso programá-los para que eles sigam em direção às chamadas órbitas-cemitério. Assim, os satélites ficariam em lugares bem distantes da Terra, sem oferecer riscos de colisões. De acordo com a Nasa, a cada ano, cerca de 200 pedaços de lixo espacial com mais de 10 centímetros entram no espaço.

11. Por que o uso das órbitas-cemitério não é tão comum?
 Muitas vezes isso não ocorre por razões financeiras. De acordo com Souza, um satélite é projetado para permanecer em órbita por cerca de quatro anos. Retirá-lo de lá antes de se auto-desligar para movê-lo em direção a outro lugar significa interromper um trabalho que custa caro. Se a empresa demora muito, acaba ficando tarde demais. Souza explica que, ultimamente, as operadoras de telecomunicações, que possuem posições orbitais muito bem determinadas, têm se interessado em alterar a rota para as órbitas-cemitério. Isso ocorre porque, se o satélite continuar no mesmo local, pode vir a atrapalhar a instalação de um novo.

12. As agências espaciais se preocupam com esse tema?
 A maioria das organizações possui um núcleo para tratar de assuntos relacionados ao lixo espacial. Em 1986, a ESA, agência espacial europeia, criou um grupo para analisar e estudar os detritos no espaço. Neste ano, a ESA investiu 64 milhões de dólares em um programa chamado Conscientização da Situação Espacial. Já a Nasa criou, em 1997, o Centro de Estudos de Órbita e Re-entrada de Destroços. Além dessas, há também a Inter-Agency Space Debris Coordination Committee (IADC), que se propõe a ser um órgão internacional que coordena atividades relacionadas a assuntos ligados ao lixo espacial. O IADC agrega agências espaciais de países como Alemanha, Índia, China e Japão. As organizações costumam recomendar práticas ideais, mas que dificilmente são adotadas, já que não são imposições legais. “As organizações não têm força de lei. Somente fazem sugestões que as nações adotam ou não”, explica Souza.

13. O Brasil também tem sua parte de responsabilidade na “poluição do espaço”?
 Segundo Souza, o Brasil possui dois satélites de coleta de dados e mais três satélites em conjunto com a China. “Nenhum desses cinco dispõe de um sistema para que seja feita sua remoção em órbita. Por isso, o Brasil não pode se eximir.”

domingo, 25 de setembro de 2011

O ciclo do Sol, explosão Solar e Tempestades Geomagnéticas

O ciclo do Sol 


Em ciclos que duram em média 11 anos, o Sol passa por períodos de diminuição e aumento de suas atividades. Na superfície do Sol ou fotosfera, onde a temperatura superficial é de aproximadamente 6.000 graus celsius, é onde são observados os fenômenos. Nos períodos de aumento da atividade, as explosões de plasma na superfície do Sol podem levantar uma nuvem de partículas treze vezes maior que a Terra e lançar uma bolha para o Sistema Solar a mais de 1,6 milhão km/h. O fenômeno conhecido como vento solar, arrasta gases evaporados dos planetas, poeira meteórica e raios cósmicos de origem galáctica. Quando interage com o campo magnético da Terra, provoca as tempestades geomagnéticas.

Logo após a invenção do telescópio, Galileu Galilei fez suas primeiras observações de manchas solares em 1611. Entre 1645 e 1715 poucas manchas solares foram observadas na superfície do Sol e em memória ao astrônomo que as estudou é chamado de Mínimo de Maunder. No Máximo, podem existir centenas de manchas em qualquer dia.
 Por volta de 1843, o astrônomo amador Samuel Heinrich Schwabe descobriu que os números de manchas solares seguiam um ciclo de aproximadamente 11 anos, alterando entre máximos e mínimos. Descobriu-se então, que havia uma relação entre o número de manchas e erupções solares. Quanto maior o número de manchas, maior o número de erupções no Sol. Em geral as manchas solares se desenvolvem em pares e algumas manchas já observadas cobriam uma área maior que a do planeta Júpiter.

As zonas mais frias do Sol, denominadas de manchas solares, são intensos campos magnéticos que atraem e acumulam uma camada de plasma que impede a saída de prótons e elétrons emitidos, quando a pressão rompe a bolha formada ocorre a erupção solar. Estas regiões escuras na superfície do Sol, aproximadamente 1500°C mais frias, não surgem aleatoriamente em qualquer ponto. Primeiro aparecem nas latitudes médias do Sol, acima e abaixo do equador, e vão se expandindo, com o aumento da atividade solar, em direção ao equador.

A matéria ejetada pelo Sol e que se desloca pelo espaço interplanetário é chamada de vento solar. O vento solar é formado por partículas de altas energias, atômicas e subatômicas, consistindo de elétrons, prótons e núcleos de Hélio, aceleradas acima da velocidade de escape gravitacional do Sol. Quando a atividade solar não é significativa, o vento solar é uniforme e com velocidade aproximada de 400 km por segundo. Mas quando há distúrbios solares violentos, o vento solar pode alcançar velocidades muitas vezes superiores as observadas normalmente.
  
Explosão Solar

Também chamada de erupção, flare ou rajada, a explosão solar acontece quando uma gigantesca quantidade de energia armazenada em campos magnéticos, geralmente acima das manchas solares, é repentinamente liberada.

Os flares produzem forte emissão de radiação que se espalha por todo o espectro eletromagnético e se propaga desde a região das ondas de rádio até a região dos raios X e raios gama.

Como consequência das explosões solares temos as chamadas Ejeções de Massa Coronal ou CME, enormes bolhas de gás ionizado com mais 10 bilhões de toneladas, que são lançadas ao espaço a velocidades que superam facilmente a marca de um milhão de quilômetros por hora.


Classificação


Quando observadas dentro do espectro de raios-x, entre 1 e 8 Angstroms, os flares produzem um intenso brilho ou clarão e sua intensidade que permite classificar o fenômeno.

Os flares de Classe X são intensos e durante os eventos de maior atividade podem provocar blackouts de radiopropagação que podem durar diversas horas ou até mesmo dias. Em casos extremos podem causar colapso em sistemas de distribuição de energia elétrica, panes em satélites, destruir transformadores e circuitos eletrônicos.

As rajadas da Classe M são de tamanho médio e também causam blackouts de radiocomunicação que afetam diretamente as regiões polares. Tempestades menores muitas vezes seguem as rajadas de classe M.

Por fim existem as rajadas de Classe C, fracas e pouco perceptíveis aqui na Terra.

Tempestades Geomagnéticas

Depois de ejetadas, as partículas levam aproximadamente três dias para cruzar os 150 milhões de quilômetros que separam o Sol do nosso planeta.
Quando atingem cerca de 60 mil km de altitude, as partículas são desviadas pela magnetosfera terrestre em direção aos polos. Na atmosfera superior dessas regiões elas se chocam com os átomos de oxigênio e nitrogênio e produzem radiação nos comprimentos de onda do verde e do vermelho respectivamente.

Esse efeito luminoso é chamado aurora 
Quanto maior a atividade solar, mais intensas são as auroras, que recebem o nome de boreais quando ocorrem próximas ao polo norte e austrais quando próximas ao polo sul.
Normalmente, as auroras ocorrem entre 60 km e 150 km de altitude.


Conseqüências

A radiação solar pode chegar à Terra em uma ou duas horas após uma grande erupção solar, em seguida as "nuvens de partículas" de alta energia atingem o planeta durante alguns dias. Alguns dias depois são as partículas de média e baixa energia que conseguem penetrar em maior número a magnetosfera, provocando uma tempestade geomagnética. Nestas ocasiões as radiações atingem a baixa atmosfera, criando cargas elétricas isoladas que são descarregadas, causando interferências eletromagnéticas.

As intensidades das tempestades geomagnéticas, desde fracas até muito fortes, podem causar diferentes danos elétricos, principalmente nas latitudes altas, onde se concentram seus efeitos. O fluxo magnético vindo do Sol pode provocar fortes ondas de descarga elétrica nos cabos de transmissão de força, causando: curtos-circuitos, queima de equipamentos, panes em sistemas elétricos e redes de distribuição de energia, prejudicando circuitos integrados, computadores de bordo, satélites, foguetes etc. Em caso extremo podem causar blecautes nos sistemas de transmissão e nos transformadores de energia elétrica das cidades, com muitos prejuízos para indústrias, residências, hospitais e empresas. Em 1989 uma tempestade impediu o funcionamento de usinas nucleares nos EUA, isso pode deixar grandes regiões sem energia elétrica por semanas. Também pode haver indução de tensão ao longo de condutores ao nível de aterramento, afetando linhas de dutos de gás e petróleo.

A radiação de uma tempestade geomagnética afeta os equipamentos eletrônicos dos satélites, prejudicando as comunicações. Os sistemas, cada vez mais, miniaturizados se tornam mais vulneráveis e microchips danificados podem mudar comandos de softwares nos computadores de bordo. Em uma tempestade geomagnética as camadas superiores da atmosfera se aquecem e se expandem, e podem mudar a altura, retardar ou modificar a órbita dos satélites que podem ser danificados ou perdidos com o decaimento de suas órbitas. Esse foi um dos motivos da queda do laboratório de estudos norte-americano Skylab, em 1979. Os satélites que passam pela América do Sul estão mais suscetíveis a problemas pela anomalia magnética do Atlântico Sul, que permite que as partículas energéticas emitidas entrem com mais facilidade na região. Os sistemas de comunicação como TV a cabo e aparelhos celulares, que operaram por sinais de satélites, pode sofrer interferências. Nas tempestades geomagnéticas a ionosfera se altera, devido as correntes e as partículas de energia, afetando negativamente as comunicações e rádio navegação. Algumas interferências pelas ondas geradas agem como ruído nas freqüências e pode ser observada na tela da TV ou nas transmissões de rádio, isso degrada os sinais utilizados pelo GPS e outros sistemas de navegação, que perdem o sinal e tem sua precisão comprometida.
As linhas de telégrafo também já foram afetadas por tempestades geomagnéticas no passado.

Na camada chamada ionosfera, que está entre 50 e 500 km de altitude, o gás rarefeito da atmosfera terrestre é ionizado pela luz do Sol. Graças à ionosfera as ondas de rádio são refletidas, principalmente as chamadas “ondas curtas”, e podem circular ao redor da Terra, mesmo sem a ajuda de satélites.

A propagação das ondas de rádio na ionosfera é afetada por um grande numero de fatores físicos: raios cósmicos, partículas atômicas, radiação solar e outros. Durante períodos de grande atividade solar, a intensidade dos raios X que ionizam a atmosfera pode aumentar rapidamente, ionizando uma quantidade anormal deátomos e criando uma barreira aonde os sinais de rádio vindo de fora não entram e sinais originados na Terra não saem. Em períodos de máxima atividade solar, várias interrupções nas transmissões das ondas curtas, que podem ir de vários minutos a mais de uma hora, são observadas. Nesses períodos os radioastrônomos ficam também impossibilitados de receber sinais de rádio do espaço exterior, principalmente durante o dia, quando a ionosfera fica ainda mais densa.


Fonte: NASA via Apollo 11 e Wikipedia

sábado, 24 de setembro de 2011

Satélite desgovernado

Não caiu no Brasil...
Atualização: 24 set
O satélite científico UARS reentrou na atmosfera terrestre à 01h17 pelo horário de Brasília, próximo à cidade de Alberta, no Canadá, 2 minutos antes do último prognóstico feito pelo Apolo11.com



Apesar de não ser possível afirmar com absoluta certeza o momento exato da reentrada, o horário da 01h17 é compatível com relato de moradores de algumas localidades canadenses.

Até às 06h24 da manhã de sábado a Nasa não havia se pronunciado sobre a queda do satélite, mas divulgou boletim informando que UARS havia retornado à Terra entre 00h23 e 02h08 BRT, sem precisar om local da reentrada.



Não houve registro de danos ou feridos após queda de satélite artificial, diz Nasa
Fragmentos do equipamento teriam caído no Canadá nesta madrugada


A Nasa anunciou no final da manhã desta sábado que não houve nenhum registro de danos ou pessoas feridas após a queda nesta madrugada do satélite artificial UARS. A agência espacial informou que ainda não recebeu atualizações do Centro Conjunto de Operações Espaciais dos Estados Unidos sobre a possível localização do equipamento

A Nasa acredita que a maior parte do objeto explodiu ao atingir a atmosfera, o que ocorreu entre 0h23min e 2h09min (horário de Brasília). O equipamento se deslocava no sentido leste, passando do Canadá até o continente africano, conforme a Nasa.


 No período da queda, o satélite passava pelo Oceano Pacífico, conforme divulgou a agência em seu Twitter. O objeto teria feito um trajeto desde o Canadá até o continente africano, viajando também pelos oceanos Atlântico e Índico. O horário preciso da reentrada ainda não pôde ser verificado. Até o momento, não há registros de destroços ao redor do mundo.

O UARS era o maior equipamento fora de órbita dos últimos 32 anos. Ele foi lançado pela espaçonave Discovery durante missão em 1991. Em 2005, a agência espacial desativou o equipamento após ele se mover em baixa órbita, o que causa o declínio da vida útil em duas décadas.

Na sexta-feira, a Nasa já havia informado ser "muito improvável" que uma pessoa seja atingida por um pedaço do satélite. Segundo a mensagem, a chance de uma parte atingir alguém é de "uma em vários trilhões".

A maioria das visualizações do objeto podem ter acontecido por casualidade, já que a trajetória de reingresso não pode ser prevista de antemão para alertar as pessoas, disse o canadense Ted Molczan, um rastreador de satélites.

Em todos os anos de pesquisa, Molczan testemunhou apenas uma queda de tais objetos na Terra - um satélite russo de comunicações em 2004.

— Parecia uma estrela brilhante com uma longa cauda — contou.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Por que é tão dificil saber onde o satélite UARS vai cair?


Até ontem à noite, a agência espacial americana, NASA, não tinha uma estimativa razoável sobre onde seria o ponto de reentrada do satélite

O mar mais sujo do mundo

Estudo calcula que todo ano milhões de toneladas de detritos são lançados nas praias da Itália, da França e da Espanha


Berço da civilização ocidental, o Mar Mediterrâneo banha 21 países e abriga praias e enseadas paradisíacas que atraem nada menos que 200 milhões de turistas por ano. Uma pesquisa recente conduzida pela Universidade de Exeter, na Inglaterra, e pela entidade ambientalista Greenpeace mostra que o Mediterrâneo ostenta também uma credencial nada louvável - ele é o mais poluído dos mares do planeta . Para quem acha que jogar lixo na praia é coisa de Terceiro Mundo, uma surpresa: a sujeira mais visível do Mediterrâneo é justamente aquela produzida pelo turismo.

O estudo calcula que todo ano 15 milhões de toneladas de detritos - principalmente garrafas e outras embalagens plásticas - são lançados nas areias e nas águas azuis das praias da Itália, da França e da Espanha. Cerca de 30% desses detritos permanecem visíveis na superfície e os demais 70% são responsáveis por um enorme estrago na fauna. Focas e tartarugas confundem os objetos plásticos com alimentos e os transformam em refeições fatais. Calcula-se que 50 000 focas morram por ano dessa forma, número dez vezes superior ao das que são capturadas por caçadores.

Com 46 000 quilômetros de costa densamente ocupados, o Mediterrâneo sofre também com 9 milhões de toneladas de resíduos industriais e domésticos não tratados que chegam a suas águas todo ano. Nas cidades litorâneas da Itália, apenas 63% da população está conectada a redes de tratamento de esgoto. Já a Grécia contribui com 70% da poluição por produtos químicos utilizados na agricultura, lançados em rios que deságuam no Mediterrâneo. Os 220 000 navios que fazem rota em suas águas despejam nelas anualmente 630 000 toneladas de petróleo, provenientes tanto de acidentes como de operações de carga e descarga.

Qualquer solução para tornar o Mediterrâneo menos poluído esbarra nas enormes diferenças econômicas e culturais dos países que ele banha. Uma legislação para evitar a poluição dos rios que nele deságuam, por exemplo, teria de ser aprovada por nações tão díspares quanto Líbia e França, Espanha e Argélia. A Unep, agência da ONU para questões ambientais, mantém um plano de ação para combater a sujeira no Mediterrâneo, mas encontra dificuldade em conseguir dados oficiais de diversos países sobre as atividades que geram poluição. Enquanto o plano não avança, torce-se para que os turistas façam sua parte.
 A cada ano, as águas do Mediterrâneo recebem:
• 9 milhões de toneladas de resíduos industriais e domésticos não tratados, 60% produzidos por França, Itália e Espanha;
• 15 milhões de toneladas de detritos produzidos por 200 milhões de turistas que visitam suas praias;
• 600.000 toneladas de petróleo derramadas por navios durante o movimento de carga e descarga e 30.000 toneladas perdidas em acidentes;
• Redes de pesca e embalagens plásticas, responsáveis pela morte de 50.000 focas, que confundem esses objetos com alimentos.

Plásticos predominam
No último relatório do Greenpeace fala-se sobretudo nos danos causados pelos plásticos. Ele faz uma compilação bibliográfica de diversos estudos publicados nos últimos 15 anos. São heterogêneos e não é fácil tirar muitas conclusões. Mas uma está clara: o Mediterrâneo é o líder indiscutível em sujeira mundial.
Os plásticos são "o lixo mais comum e os responsáveis pela maior parte dos problemas que sofrem os animais e as aves marinhas", afirma o documento. Representam 75% dos resíduos nas praias. Não é difícil tropeçar com algum deles ao nadar, segundo se deduz dos dados apresentados pelo Greenpeace. Estes revelam que há 33,2 unidades flutuando por metro quadrado; desde as minúsculas até sacolas ou garrafas maiores. Em alto mar, os grandes restos de plástico são mais raros, mas podem chegar a 35 unidades por quilômetro quadrado. As zonas mais sujas são Espanha, Itália e França.

Resíduos líquidos industriais
Tão preocupantes quanto os resíduos sólidos são os líquidos. "Os dejetos rotineiros são muito mais perigosos que as grandes catástrofes", afirma o diretor de projetos de pesquisa da Oceana, Ricardo Aguilar. A cada ano são despejados ilegalmente no Mediterrâneo 400 mil toneladas de hidrocarbonetos, segundo os estudos da organização.

Portos contaminam o ambiente
As áreas mais contaminadas coincidem com os grandes portos. É o que ocorre na Espanha com os de Algeciras e Barcelona. Nos lugares mais críticos podem-se encontrar até 10 gramas dessas substâncias por litro de água. Segundo Aguilar, isso provoca o desaparecimento dos organismos delicados. Os mais resistentes são contaminados e podem ser muito prejudiciais ao ser humano. "Em algumas regiões dos EUA, as crianças e as mulheres grávidas estão sendo alertados para não consumirem determinadas espécies."

Poluição dos navios
Esse tipo de poluição tem várias explicações. No Mediterrâneo navegam 30% dos navios mercantis de todo o mundo e 20% dos petroleiros, o que representa 12 mil navios por ano. Deles vem parte da sujeira. Mas a UE afirma que a grande maioria (80%) procede de diversas atividades em terra firme.

Poluição de rios e sistema de drenagem pluvial
As fontes de poluição mais diretas são os rios e os sistemas de drenagem pluvial, que transportam o lixo das zonas urbanas do interior e o despejam no mar. Além disso, ao redor do Mediterrâneo vivem cerca de 150 milhões de pessoas e chegam por ano 200 milhões de visitantes. O turismo litorâneo e as águas residuais são outras duas grandes fontes de poluição.
As soluções para os problemas são tão variadas quanto difíceis de implementar. Sebastián Losada, do Greenpeace, diz que vão desde "uma diminuição do consumo até um trabalho educativo e pedagógico adequado".

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Satélite desgovernado: lixo espacial pode cair no Brasil

Novos cálculos apontam a possibilidade:

Imagine uma arrancada com os melhores carros do mundo

Porsche 911 GT3 RS, BMW 1 Serie M,  Ferrari 458 Italia, Ford Mustang Boss 302, Nissan GT-R, Chevrolet Corvette Z06, Audi R8 GT, Mercedes Benz SLS AMG, Lexus LFA, Porsche Cayman R, Lotus Evora S. Todos esses carros num grande racha, um contra o outro num grande quilometro de arrancada. Qual é o mais rápido?


segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Homenagem ao 20 de Setembro. Viva o Rio Grande!

Pros que não conhecem esse é como se fosse um Hino interno do Rio Grande do Sul. Retrata o espirito dos gaúchos da fronteira e o amor que cada Riograndense leva em seu peito.

Todas estas expressões foram usadas pelo cantor e compositor BAGRE FAGUNDES para compor a letra da música "Canto Alegretense", como forma de expressar as belezas desta terra, a tradição, a cultura, a simplicidade e acima de tudo o amor do povo gaúcho por este pedaço de chão chamado de Rio Grande do Sul, legado a custo de muito sangue dos nossos antepassados que lutaram na Revolução Farroupilha.
Não me perguntes onde fica o Alegrete 
Segue o rumo do teu próprio coração 
Cruzarás pela estrada algum ginete 
E ouvirás toque de gaita e violão 
Prá quem chega de Rosário ao fim da tarde 
Ou quem vem de Uruguaiana de manhã 
Tem o sol como uma brasa que ainda arde 
Mergulhado no Rio Ibirapuitã 
Ouve o canto gauchesco e brasileiro 
Desta terra que eu amei desde guri 
Flor de tuna, camoatim de mel campeiro 
Pedra moura das quebradas do Inhanduy 
E na hora derradeira que eu mereça 
Ver o sol alegretense entardecer 
Como os potros vou virar minha cabeça 
Para os pagos no momento de morrer 
E nos olhos vou levar o encantamento 
Desta terra que eu amei com devoção 
Cada verso que eu componho é um pagamento 
De uma dívida de amor e gratidão

FONTE: Todo gaúcho já nasce sabendo cantar

Poço Berkeley Pit. O mais poluído do mundo

Trata-se de um poço enorme, onde tem uma água tão horrivelmente contaminada que os pássaros que entram em contato com a água rapidamente morrem. Praticamente nada habita o poço, além de microrganismos super-resistentes.

Ah sim. Claro que tem a mão do homem nessa anomalia.

Foi do cobre extraído desta mina a céu aberto que muitas das linhas elétricas dos EUA foram erguidas. Agora o buraco está  preenchido com mais de 182 bilhões de litros de água ácida, metais pesados, e sua limitada fauna microscópica.

O  buraco de Berkeley fica em Butte, Montana, e atualmente é um dos únicos lugares no mundo onde você pode pagar para ver resíduos tóxicos e poluição; (custa dois dólares por cabeça).

A própria escala do buraco é algo bizarro de se ver. Nas fotos aéreas, ele aparece simplesmente como uma mancha negra.
Com impressionantes proporções, o poço mais contaminado do mundo tem mais de 1,6 km de comprimento por um quilômetro de largura e mais de 540 metros de profundidade, dos quais 300m estão preenchidos com água ácida contendo altíssimas concentrações de metais pesados e produtos químicos tóxicos, incluindo o cobre, ferro, arsênio, cádmio, zinco e ácido sulfúrico.
A água rica em ferro fica perto da superfície e é avermelhada, cedendo a uma tonalidade verde-limão vibrante não muito abaixo da superfície, onde as concentrações de cobre são mais elevadas. Se você fosse retardado o suficiente para beber um copo dessa água aí, ela iria matá-lo por corrosão através de seu sistema digestivo.
Estas águas residuais estão tão saturadas de cobre que a mina Montana Resources Inc., que opera a mina de cobre nas proximidades da margem, é capaz de minerar o cobre diretamente da água.Para isso, a água de  Berkeley Pit é retirada numa taxa de 13 milhões de litros por dia, que são bombeados a partir do canto mais profundo.  Apenas com esta operação de filtragem, os caras retiram cerca de um milhão e oitenta e sete mil reais de cobre ao mês.

A água rica em ferro é bombeado de volta para o Pit Berkeley, criando uma cachoeira contaminada que pode ser vista na borda nordeste.
O poço é tão tóxico que em novembro de 1995, um bando de gansos desavisados que vinham migrando resolveram dar uma parada no Pit Berkeley. Após vários dias de tempestade e neblina que impedia que as aves saíssem, cerca de 342 foram encontradas mortas. Após uma análise  dos laboratórios do Estado de Montana, ficou determinado que as aves morreram em decorrência da água do poço, que tinha corroído o esôfagos das aves. Desde então, os administradores do buraco tem um programa de observação de aves por 24 horas, para impedi-las de pousar na água por mais de algumas horas.

Obviamente que com o grau de contaminação do poço, as aves não são a única coisa que o Estado de Montana tem que se preocupar. O nível da água no buraco está em constante elevação.  Se chover muito no local e a água se elevar, há um grande risco do poço contaminar o lençol freático nas proximidades do vale de Butte, onde vivem mais de 30.000 pessoas. Através de fluxos de águas subterrâneas, a contaminação poderia potencialmente se espalhar por rios da região atingindo uma enorme área. O medo fez com que a comunidade dos arredores já começasse a instalar bombas de água potável para obter o recurso a partir de reservatórios em torno das montanhas, já que o histórico de exploração e mineração do local já podem ter contaminado o aquífero do vale.
Para evitar uma calamidade ambiental, uma estação de tratamento de água foi construída em 2003 para evitar que a água do poço Berkeley chegasse perto do nível crítico.
Curiosamente, novas espécies de fungos e bactérias foram encontrados em um processo de adaptação às duras condições no interior do poço. A intensa competição pelos recursos limitados obrigou estas espécies a evoluir a produção de compostos altamente tóxicos para melhorar a capacidade de sobrevivência. Cientistas estão usando esses fungos e bactérias para estudos que podem contribuir para uma futura cura do câncer.

A mina de Berkeley esteve em operação desde 1955 a 1982, quando várias minas subterrâneas foram combinados para criá-lo.
Em 1982, a mineradora ARCO encerrou as operações e desligou as bombas subterrâneas que retiravam a água do poço, levando ao lago tóxico que vemos hoje. Ao longo da vida ativa dessa mina, cerca de 320 milhões de toneladas de minério de ferro e mais de 700 milhões de toneladas de resíduos de rocha foram extraídos.