domingo, 24 de julho de 2011

Serpentes do Brasil


CASCAVEL
No Brasil, existem aproximadamente 55 espécies de serpentes peçonhentas, ou seja: aquelas que possuem veneno, e também capacidade de inoculá-lo. Estas estão distribuídas nas Famílias Viperidae, sendo conhecidas popularmente como jararacas, cascavéis e surucucus; e, Elapidae, tendo as corais verdadeiras como representantes.

Venenos de serpentes podem ser do tipo:
Proteolítico: provoca inflamações, com surgimento de edemas, bolhas e, em muitos casos, necrose;
Coagulante: apresenta alterações da coagulação, podendo ocorrer sangramento de gengivas, olhos e orelhas;
Miotóxica: lesões nas fibras musculares esqueléticas, com liberação de produtos que são, posteriormente, eliminados pela urina;
Neurotóxico: atua nas terminações nervosas, causando paralisias motoras;

SURUCUCU
Hemorrágico: ocorrem alterações da coagulação.
Acidentes botrópicos, ou seja, aqueles causados por jararacas, têm ação hemorrágica, coagulante e proteolítica. O paciente sente dor no local, este que pode apresentar edemas; tem sangramentos e pode apresentar náuseas, vômitos, sudorese e hipotensão arterial. Neste caso, é utilizado o soro antibotrópico.
Acidentes crotálicos (cascavéis) têm como características ações do tipo neurotóxicas, miotóxicas e coagulantes. A pessoa acometida poderá ter visão duplicada, náuseas, dores musculares e urina de cor escura. A dor é pequena ou pouco intensa, e nem sempre há formação de edemas. Deve ser utilizado o soro anticrotálico.
Acidentes laquéticos, provocados pelas surucucus, têm manifestações proteolíticas, coagulantes, hemorrágicas e neurotóxicas. O paciente tem sintomas semelhantes ao acidente botrópico, e também tem visão dupla, dilatação da pupila e diarreias. É necessário o uso do soro antilaquético, ou anti-botrópico-laquético
Acidentes elapídicos (corais) têm ação neurotóxica. O paciente tem dor local discreta e pode ter episódios de vômito e fraqueza muscular progressiva. Nestes casos, utiliza-se o soro antielapídico.
Existe, ainda, o soro antibotropicocrotalico (polivalente, ou anticrotálico/botrópico), utilizado contra a peçonha de cascavéis ou jararacas; e o antibotropicolaquetico (antibotrópico/laquético), geralmente quando não se sabe se a serpente responsável pelo acidente é uma jararaca ou surucucu.
JARARACA
No Brasil, a expressão “cobra” é utilizada como sinônimo de serpente. Como este primeiro termo se refere aos indivíduos pertencentes ao gênero Naja e Ophiophagus, o segundo acaba sendo o mais apropriado.
• De hábitos carnívoros, as serpentes executam importante papel no controle populacional de outros animais – inclusive aqueles considerados pragas para os seres humanos, como ratos.
CORAL (a verdadeira)
• Serpentes venenosas podem ou não ser peçonhentas. O que difere um tipo do outro é que estas últimas possuem dentes inoculadores de veneno.
• Aproximadamente 60% das mordidas de serpentes são provocadas por espécies peçonhentas.
• Quase todas as serpentes peçonhentas possuem fosseta loreal, as exceções são serpentes do grupo Elapíneos, tendo como exemplo as corais verdadeiras.
• No Brasil são registrados mais de 20.000 acidentes ofídicos por ano e a maioria acontece nos meses quentes e chuvosos.
• Os maiores índices de ofidismo no Brasil estão na região Centro-Oeste, Norte e Nordeste.
• A maioria dos acidentes ofídicos é causada por jararacas (mais de 90%).
• A letalidade geral de mortes causadas pelo ofidismo é de 0,45%, sendo as cascavéis as principais causadoras.
• A necrose muscular esquelética, causada pelo veneno das cascavéis, provoca a liberação de mioglobina, conferindo à urina do paciente uma cor de tonalidade avermelhada ou até marrom.
• Na Amazônia, algumas corais verdadeiras podem não apresentar anéis coloridos pelo corpo.
• O primeiro soro antiofídico foi fabricado por Louis Calmette, em 1894, em Lille, França. No Brasil, a produção deste soro deu início em 1901, no Instituto Soroterápico do Estado de São Paulo, atual Instituto Butantan.
• Os soros são específicos para o tipo de serpente responsável pelo ofidismo.

Por Mariana Araguaia. Graduada em Biologia. Equipe Brasil Escola

2 comentários:

  1. JA TOMOU UMA PICADURA?

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  2. Na impossibilidade de identificar a serpente, existe um soro tipo "genérico" que possa salvar a pessoa atingida?

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